Cáptulo 3
Pra cinco amigas...
Nunca fora tão difícil esperar pela chegada das férias. A ansiedade das meninas era tamanha que se pudessem matariam as aulas da faculdade e adiantariam a tal viagem.
Os meses passavam arduamente devagar. Todas sonhavam com o dia em que se encontrariam novamente. Juntas outras vez. Era surreal imaginar o momento, a mais distinta criatividade seria incapaz de reproduzir o reencontro tal como ele de fato seria.
Os meses passavam arduamente devagar. Todas sonhavam com o dia em que se encontrariam novamente. Juntas outras vez. Era surreal imaginar o momento, a mais distinta criatividade seria incapaz de reproduzir o reencontro tal como ele de fato seria.
[...]
Faltavam apenas dois dias. Enquanto Bárbara escolhia rigorosamente cada peça de roupa que levaria, Alana quebrava a cabeça escolhendo as músicas que colocaria em cada cd, procurando sempre canções para agradar a todas. Larissa, por sua vez, se dedicou a escolher alguns filmes, que iam desde os mais românticos até os mais picantes! Gil se satisfez em arrumar calmamente sua mala sem se preocupar com nada em específico e Elys, bom, ela apenas quis se certificar de que levaria seu macio e confortável travesseiro para que pudesse aproveitar adequadamente a viagem, se é que fui clara.
Elys já havia arrumado tudo naquela noite, todas as malas prontas e seu estimado travesseiro posto logo acima delas, era algo que não poderia esquecer, talvez preferisse deixar sua maleta de calçados a seu travesseiro. Decidiu ligar para as amigas e acertar os últimos detalhes. Na verdade, todos os mínimos detalhes já estavam decididos, o que queria mesmo era explodir a ansiedade junto às outras, que sabia que também estariam extasiadas com a chegada do grande dia.
Pegou o telefone e apressou-se em colocar na opção ‘conferencia’ e fazer quatro diferentes chamadas. Quando percebeu que todas as chamadas se fundiram em uma só, esperou até que todas as amigas estivessem na linha.
- Gente? – Perguntou esperançosa.
- Quem é? – Bárbara perguntou sem paciência enquanto arremessava outra blusa dentro de sua mala.
- Bárbara?! – Alana ficou surpresa ao escutar a voz da amiga.
- Gente, sou eu, Elys. Fiz uma chamada em conferencia pra gente. Larissa? Gil?
Um grande estrondo veio do outro lado da linha:
- Ahh, caralho! – Larissa acabara de derrubar a caixa de DVDs que tentava pegar encima do armário – E aí gente, o que foi?
- Larissa já chegou xingando! – A única voz que faltava acabara de dar seu primeiro sinal; Gil parecia animada.
- Eu terminei de arrumar tudo! – Elys falava como uma vencedora – Daí to ligando pra saber se vocês também já tão no ponto...
- Cara, cadê aquela música de Men At Work?! – Alana falava consigo mesmo, olhando com os olhos semi cerrados para a tela do computador a sua frente, esquecendo que estava numa chamada com as amigas – Ai, achei a da Madonna...
- Nãããão! – Um grito quase ensurdecedor vinha do outro lado da linha, escândalo feito por todas as outras garotas em uníssono.
- Que foi? Quem morreu? – Agora Alana havia saído de seu transe e um tanto assustada percebeu que estava ao telefone com mais quatro pessoas.
- Alana de Melo Alvino – Bárbara falou seu nome completo; Alana se preparou para o que quer que viesse – Se tu tiver gravando algum cd, coisa que eu sei que ta, please, nem me vem com Madonna!
- Não bota essas tuas músicas antigas não, Xuleta! – Larissa falava com aquele velho tom de desaprovação.
- Credo! – Alana fez bico – Isso tudo só por causa da Madonna... Tá bom, não vou botar! Nem gosto tanto dela também...
- Se fosse só a Madonna... – Elys falou de forma sarcástica.
- é Lana... Tenho que concordar que Madonna não dá – Gil agora completara a campanha ‘Fora, Madonna’.
- Lana, não põe essas antigas mesmo não, – Bárbara agora decidira dar sua opinião – nada de forró! Nem de Techno, a não ser que tu queira que eu vomite. Também não coloca aquelas muito melosas, fica chato... Nacionais não tão com nada ultimamente, nem vem com aquelas instrumentais também, que parece coisa de enterro...
- Tá bom, vou levar um cd de padre Marcelo Rossi – Alana falava em tom de sarcasmo e ironia.
- A Gil ia gostar... – Elys parecia estar se divertindo.
- Eu não! – Gil se pronunciou rapidamente – sou evangélica, negócio de padre!
- Ihh Xuleta – Larissa falava e ria ao mesmo tempo – Tá ferrada!
- Quem? Eu? – Alana agora falava com voz firme e com um leve tom de autoridade – Quem vai gravar o cd sou EU! Ferrada tão vocês... – Agora era ela quem se sentia vitoriosa.
- é melhor parar, – Bárbara falou engraçadamente sério – se ela ficar com raiva vai acabar colocando o ‘outro Rossi’. E mais vale um padre na mão do que a Madonna e o bregueiro voando – todas riram; inclusive Alana – To com um problema... – falou aflita enquanto algumas meninas ainda riam.
- O que foi Bah? – Elys perguntou um tanto preocupada; todas as outras se calaram parecendo preocupadas também.
- é que tipo, não sei se levo minhas blusas de frio, – suspirou inconformada – tenho umas tão lindas aqui, mas Zé Doca é aquele inferno todo...
- Ahh, fala sério Bah! – Larissa falou quase que gritando, enraivecida por acreditar por alguns instantes que a amiga estava mesmo com um problema.
- Tinha que ser a Bárbara – Gil falava num tom de quem não ficara surpresa.
- Haha – Elys ria achando graça – Já tava demorando.
- Cara, eu to levando algumas, – Alana falava como se não tivesse escutado o comentário das outras garotas – até porque à noite nem é tão quente lá... To levando um cardigã rosa choque tão lindo! – seus olhos agora brilhavam.
- E a outra ainda dá corda... – Larissa falava inconformada.
- Ahhh, – Bárbara deu um gritinho imensamente ‘fresco’ – também adoro cardigã, – seus olhos também brilhavam – vou levar as roupas de frio e ponto – sua aflição acabou num segundo. – E vocês são chatas, é claro que isso é um problema muito sério!
- Sei... - Gil comentou impaciente.
- Ah, gente... Normal –Alana falava tentando se sair dos ‘rótulos’ que temia que as amigas estivessem prestes a dá-la; odiava ser confundida de patricinha ou coisas do tipo só pelo fato de gostar de estar arrumada.
- Bom, – Larissa esquecera o breve momento em que Alana e Bárbara ficaram ‘patricinhando’ e usou um tom malicioso – esperem até ver o que eu vou levar...
- Opa! – Alana se animou – Eu disse opa! Já gostei...
- Essa Xuleta é sem vergonha! – Bárbara falava naquele tom engraçado que sempre usava quando queria insinuar a maliciosidade das amigas – E essa Obesa também, eu sempre soube que ela era safada!
- Lá vem vocês com essas coisas... – Elys falava com a repreensão de uma freira – Eu nem quero ver!
- Nem eu... – Gil falava tentando omitir a vontade de dizer que também havia gostado do que quer que fosse que Larissa levaria.
- Grava o que eu digo, – Alana falava com um ar misterioso – essas que dizem que não querem, são as piores! – todas riram; principalmente os ‘alvos’ da piada.
As garotas conversaram e gargalharam por horas ao telefone naquela noite. Todas guardavam dentro de si expectativas não só para o reencontro, mas principalmente para aqueles trinta dias fora de casa, dias de volta ao passado. Diversão, bebidas, festas, reencontros inesperados... Romances? Paixões re-acesas?
Só o tempo responderia. Cada garota sentiria uma emoção diferente, uma sensação diferente. Pontos de vista diferentes. Só mais dois dias...
[...]
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